30 julho 2010

Se a Guerra fosse um Jogo de Computador

Não gosto de guerra, acho que somente gostam delas os fabricantes de armamentos e alguns políticos, na verdade não gosto nem mesmo de jogos de vídeo-games de guerra, existem vários disponíveis no mercado Medal of Honor, Gear of Wars, Call of duty e outros.

Mas vendo fotos tiradas no Afeganistão, fiquei pensando se muitas delas não caberiam perfeitamente em imagens de propaganda de um vídeo game.

O que alias, não é de todo estranho, uma vez que a guerra está se aproximando mais e mais de vídeos games. Ainda que a imagem que me vem a mente quando eu imagino guerra seja oriunda de filmes como Apocalipse now onde o combate ainda era mais homem a homem.
No entanto, a realidade é que atualmente a guerra está se assemelhando mais e mais com um jogo de vídeo game.


O que não é por acaso, alguns escritores dizem que é muito custoso transformar o homem comum em um assassino, mesmo durante uma guerra. O livro On Killing diz:
Parte do treinamento, para fazer com que o ato de matar se torne aceitável, inclui uma desumanização da vítima e uma distanciação mecânica entre o atacante e a vítima, e esta pode incluir desde a irrealidade estéril de matar através de uma tela no estilo vídeo game, um visor térmico ou a mira de um atirador de elite, ou qualquer outro tipo de intermediário mecânico.

E pode-se dizer que de certa forma quando essa geração, que cresceu jogando vídeo games de guerra, chega na guerra real e se depara com uma interface semelhante a dos jogos, a consciência de matar fica meio que em segundo plano, uma vez que a guerra parece apenas uma continuação dos seus jogos favoritos.



Usando fotos reais da guerra do Afeganistão, tiradas do site Boston.com, criei o que imagino que poderia ser a propaganda do vídeo game.

A capa
Honra - Bravura - Companheirismo


Escolha seu personagem



Main Quest
Missão: esgueirar-se pelo campo inimigo e desarmar parte do sistema de defesa dele.
em uma típica visão em terceira pessoa.


O Boss
Temível, Forte, Bem Equipado, e com excelente Loot e XP

Side Quest
porque nenhum jogo fica completo sem ter algum remelento pedindo para você encontrar o cachorro perdido dele, ou os pais desaparecidos

O final Feliz

2 comentários:

  1. Muito interessante sua postagem. Realmente, desumanizar a guerra, torná-la uma continuação dos video-games parece uma estratégia bastante efetiva para tornar os soldados verdadeiros assassinos.
    A desvalorização da cultura alheia, a desumanização do adversário, são estratégias já utilizadas a muito tempo na "arte da guerra". Parece que agora a tecnológia tornou-se aliada destes burocratas que colocam o povo para morrer em guerras sem sentido. Um exemplo muito claro disso é o jogo American's Army, desenvolvido pelos EUA e distribuido gratuitamente, seu objetivo é incentivar o alistamento de jovens ao exército.

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  2. @ guilherme: fico feliz que tenha gostado, é realmente triste e cruel essa estratégia americana.
    caso você venha a ler novamente os comentários e tenha interesse pelo assunto, saiu essa matéria, onde uma reporter de guerra narra as impressões dela acompanhando uma tropa americana no Afeganistão.

    a situação é tão irreal que até seria cômica, se pessoas não estivessem morrendo.

    espero que goste

    http://www.atimes.com/atimes/South_Asia/LH03Df03.html

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